quinta-feira, 20 de novembro de 2008

PARADOXAL

Teu querer te conduz ao meu abraço,
Mas teu medo te impede de voar.
leve, livre no ar, solta no espaço,
te atraio como a lua atrai o mar.
Incongruente, teu desejo pelo toque
Pelo gosto, pelo cheiro da minha pele
Te dói como ferida aberta e calcinada.
O que mais te atrai em mim, mais te repele:
minha confessa liberdade e despudorada entrega.
Quiseras ser meu dono, mas não o quiseras
Porque se o fosses eu teria deixado de ser eu
e deixarias de desejar-me.
Teu desejo baseia-se no não ter-me,
no ter nunca certeza alguma a meu respeito
exceto o momento em que entre soluços, palavras e espasmos desconexos
teu sexo encontra-se em meu sexo
e nossos olhos, em algum ponto do infinito.

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